segunda-feira, 18 de novembro de 2024

sábado, 16 de novembro de 2024

O jornalismo está a suicidar-se!

A razão de ser do jornalismo é a formação de uma cidadania bem informada, com confiança na informação que recebe.
É essa confiança que muito do actual jornalismo está a comprometer, como vimos [antes nas eleições portuguesas de Março] e nas dos EUA este Novembro (José Manuel Fernandes)
mas o mundo não é o que gostaríamos que fosse.
O problema, sublinho, não é os jornalistas, os analistas e os comentadores serem contra ou a favor de Donald Trump, o problema é quererem transformar, nas suas reportagens e análises, o mundo naquilo que gostariam que fosse.
Mas o mundo não é o que gostaríamos que fosse. E ouvindo os enganados e enganadores explicarem, depois do embate com a realidade, porque é que se enganaram é de crer que vão continuar enganados. (Jaime Nogueira Pinto)

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

MAGA versus TAON

Mais que MAGA (Make America Great Again ), TAON (Tornar a América odiada novamenteé o lema da futura presidência. 
Trump parece apostado em liderar uma América odiada por burocratas corruptos em Washington e por grupos terroristas espalhados pelo mundo

Anedota Guterres
O secretário-geral das Nações Unidas pode começar a fazer contas às vida. A torneira é capaz de fechar para os seus projetos em co-autoria com o Hamas, com destaque para a UNRWA, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente. É possível que Trump ache pouca graça a continuar a financiar uma instituição em que o Irão tem moral para votar resoluções contra Israel.
Os Ricardos Costas da vida
Saiu a sorte grande aos meios de comunicação social tradicionais! Mais quatro anos a encher tempo de antena com o maluquinho do Trump e os “maluquinhos do Trump”. É aproveitar enquanto ainda há maluquinhos que recolhem a sua “informação”na mesma comunicação social que, por toda a Europa ocidental, garantia que a eleição de uma candidata mais comunista que Bernie Sanders era o que a América e o mundo mais precisava.
Os activistas marxistas
Vão odiar ainda mais Trump (se é possível… Claro que é! Esta gente tem sempre mais um espacinho para ódio), porque embora adorem políticas identitárias e que cada um expresse a sua identidade, não admitem que isso tenha de ser feito por intermédio de um cartão com nome e fotografia, no momento de votar. E Trump quer tornar obrigatório o cartão de eleitor. E o partido democrata quase só ganhou estados onde não tem de se mostra cartão de eleitor. É fazer as contas.
As celebridades
Parece que embora a campanha da Kamala Harris tenha angariado mil milhões de dólares, está agora a pedir ajuda para colmatar prejuízos, à conta da contratação de vedetas como Beyoncé, Cardi B e Megan Thee Stallion. Se calha perguntarem ao ex-presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, o que pensa disto, é provável que responda como respondeu em 2017 a propósito, também, de Portugal e dos fundos europeus: “Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda.” Em mulheres é indiscutível que Kamala gastou bom dinheiro. Quanto ao álcool não posso garantir. Até porque há apenas suspeitas sobre o/a proprietário/a da cocaína descoberta, há uns meses, na Casa Branca.
O lema TAON serve também para marcar a diferença do mandato de Trump para os anos Biden-Harris, porque se com Trump tivermos um movimento TAON, isso contrastará imenso com a sensação que tivemos durante quatro anos cada vez que ouvíamos Biden ou Harris e pensávamos: “há aqui qualquer coisa que TAOFF”.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Quais são os estados que vão decidir se ganha Trump ou Biden?

Pequenas variações percentuais no voto nos estados chave podem ser a diferença entre perder por muito, por pouco, ganhar a tangente ou até ter uma grande vitória no Colégio Eleitoral. 

Wisconsin, Michigan e Pensilvânia e, numa segunda linha, Nevada, Arizona e Geórgia. Estes estados são os mais prováveis serem aqueles que decidirão entre a reeleição do incumbente Joe Biden e o regresso de Donald Trump à Casa Branca. Ganhar estes estados é crucial para vencer a eleição presidencial de 5 de novembro, independentemente do que as sondagens digam sobre o voto popular.

Para ganhar as eleições para à Casa Branca não basta ser o candidato mais votado, é preciso vencer o Colégio Eleitoral, o conjunto dos 538 eleitores escolhidos por cada estado com base no número de senadores (2 para todos) mais o número de congressistas de cada um (desde apenas um nos estados menos populosos a 51 na Califórnia) e ainda três para o distrito federal de Washington. Pode acontecer o candidato mais votado no voto popular perder a eleição, como aconteceu a Hillary Clinton em 2016 e a Al Gore em 2000, duas eleições muito renhidas. Em 2020, o democrata Joe Biden ganhou tanto o voto popular (por 4,5 pontos percentuais) como o colégio eleitoral, mas as margens nos estados decisivos que lhe deram a vitória foram muito curtas. Com menos 1 ponto percentual de diferença face ao rival republicano Donald Trump teria perdido.

Tirando no Maine e no Nebraska, onde alguns grandes eleitores são selecionados por base nos resultados nos distritos do Congresso e outros com base nos resultados no todo do estado, os grandes eleitores dum determinado estado deverão todos votar no candidato mais votado naquele estado. Basta um voto a mais no estado decisivo, e a eleição está ganha, com pelo menos 270 grandes eleitores vence-se a nível nacional.

Há dois tipos de estados nas eleições, os estados seguros (ou garantidos), onde a eleição está decidida quase à partida, com base no histórico eleitoral e nas sondagens, havendo os estados azuis, onde se espera que seja o Partido Democrata a ganhar, e os estados vermelhos, onde se espera que ganhe o Partido Republicano, e depois existem os swing states ou estados oscilantes, que oscilam de eleição para eleição, ou se espera que possam oscilar, entre os dois partidos. Claro que depois na realidade existem estados que não se esperando que sejam renhidos também não podem ser dados como garantidos para nenhum dos campos, mas estrategicamente é melhor para as campanhas dos candidatos focarem-se nos estados não seguros que têm mesmo de ganhar. Demasiada ambição pode ser contraproducente, mais até do que uma estratégia defensiva quando se está com alguma vantagem no mapa. Neste momento, como está o cenário?

Em 2020 houve 17 estados ganhos com uma margem de no máximo cerca de 10%, sendo extremamente difícil de imaginar com as condições atuais algum dos estados ganhos por bem mais que 10% a mudar de mãos. Mesmo que apareçam algumas sondagens a indicarem corridas renhidas noutros lugares, nesta fase do campeonato devemos olhar mais para as médias das últimas eleições, ainda mais quando as deste ano são uma repetição do duelo de 2020. Embora os estados mais renhidos este ano até possam ser outros.

Começando pelo oeste americano, os três estados da costa (Califórnia, Oregon e Washington) não deverão ser renhidos e continuarão a ser fortemente democratas. Mesmo que Trump reduza as margens de vitória de Biden neles, o que é provável, o que pode ajudar Trump a ganhar pela primeira vez o voto popular, um sonho dele. No oeste mais interior, a caminho do Midwest, vemos um norte fortemente republicano, com poucas hipóteses de passar de mão, mais a sul o Colorado e Novo México, outrora estados oscilantes, só mudariam para a cor vermelha numa grande vitória de Trump, tornando-os assim extremamente improváveis de serem estados decisivos.

O mesmo não pode ser dito do Nevada e do Arizona, estados do sudoeste, com uma grande população de origem hispânica, que foram ganhos por pouco e muito pouco por Biden em 2020. Estes dois fazem parte do conjunto de estados mais provável de decidir a eleição. Neste momento, de acordo com as sondagens, Trump parece estar bem posicionado para os vencer. Mas estes não chegam.

Mais para o interior, o gigante Texas com os seus 40 grandes eleitores, deverá continuar republicano, embora nos anos 2016 a 2020 tenha ficado mais renhido. Com tantos grandes eleitores, poderia ser tentador à campanha de Biden tentar ganhá-lo. Mas, dada a força de Trump e o seu crescente apoio entre os hispânicos, o estado não será decisivo, e também provavelmente, pouco renhido em novembro.

Indo agora para a metade leste americana, onde estão concentrados a maioria dos grandes eleitores, o sul deverá continuar republicano, com Trump a reforçar provavelmente a Flórida com os seus 30 grandes eleitores, um tradicional estado oscilante, que desta vez será muito difícil de ganhar pelos democratas. As sondagens também indicam um iminente regresso da Geórgia à coluna vermelha.

Mais a norte, junto à costa, o mapa deverá continuar quase todo azul, com Biden com vitórias muito prováveis em quase todos estes estados, embora seja expectável uma melhoria da performance de Trump em estados muito populosos como Nova Iorque e Nova Jérsia, mas que continuará insuficiente para os fazer mudar de cor. Na Nova Inglaterra (Massachusetts, Connecticut, Rhode Island, New Hampshire, Vermont e Maine) espera-se que Biden continue em primeiro.

O mesmo não se pode dizer dos estados dos Grandes Lagos e arredores que em 2016 foram cruciais para dar uma vitória inesperada a Donald Trump. O Iowa e o Ohio muito dificilmente voltarão para os democratas. Segundo as sondagens, Trump não estará mais forte do que em 2020 nos estados que ao irem do campo republicano de volta para o campo democrata foram decisivos para Biden ganhar: o Wisconsin, o Michigan e a Pensilvânia. Mas estes foram tão renhidos nas duas últimas eleições que pequenas variações a favor de Trump podem-no pôr de volta à Casa Branca.


Se o debate foi decisivo, Trump já as perdeu.

Se o debate entre Trump e Harris.for decisivo para as eleições de Novembro, o ex-presidente já as perdeu. Apresentou-se mal preparado, se é que o chegou a ser, com um discurso difuso e perdido a falar essencialmente no passado, e com alguns disparates inadmissíveis, como a sugestão de que se os democratas ganhassem os norte-americanos acabariam todos a comer cães e gatos. 
E isto perante uma candidata medíocre, que ocupou uma posição do mais alto nível numa administração que deixa o mundo a ferro e fogo. Trump e os republicanos não conseguiram ajustar-se à saída de jogo de Biden. Vão pagar caro por isso. (Rui Albuquerque)


Foi um frente a frente intenso, onde Kamala surpreendeu Trump com postura agressiva. Adversário ripostou, mais eficaz na imigração e na economia. Eleitores de base ficaram satisfeitos — e os outros? (Cátia Bruno)

eleições americanas

 


um pedido no FeiceBuque...

 


...de regresso ao tempo passadp

Quem observasse a realidade ou o mercado das apostas eleitorais (cuja precisão se revelaria assinalável) estranharia o seu flagrante contraste com as sondagens e com as projecções da generalidade dos especialistas, comentadores e pivots.
Mas, pensávamos que, os especialistas, comentadores e pivots deviam saber do que falavam, e as empresas de sondagens, que diziam ter finalmente apurado um sistema de projecção eleitoral meticuloso e fiável, deviam estar certas:
…e até davam um empate técnico entre os dois candidatos à presidência americana, entremeado aqui e ali pela ligeira vantagem de um dos contendores, que ora era insignificante porque estava “na margem de erro” (sobretudo se a vantagem fosse republicana) ora indiciava uma clara “dinâmica de vitória” (sobretudo se fosse democrata).


terça-feira, 5 de novembro de 2024

O artista anteriormente conhecido por prof. Marcelo!


Na quinta-feira, em Florença, o prof. Marcelo participou numa conferência sobre o “futuro da União Europeia”. Aí, amanhou uns palpites acerca das próximas “presidenciais” americanas em benefício dos elementos da audiência que ainda não tinham adormecido ou escapado da sala. Para Sua Excelência, cito quase com exactidão, a vitória de Biden será boa para a Europa e a vitória de Trump será boa para a Rússia. No mesmo dia, dois ou três jornais portugueses noticiaram o episódio em rodapé. Eu dediquei o meu programa na Rádio Observador ao dito. Que eu saiba, fui caso único. Ninguém, e sublinho a palavra, comentou as declarações do homem que formalmente desempenha as funções de presidente da República.

Das duas, uma. Ou a generalidade do abundante “comentariado” concorda com o prof. Marcelo ou o prof. Marcelo já atingiu um grau de inimputabilidade que desmotiva as críticas e embaraça os críticos. Se gostaria de acreditar na segunda hipótese, inclino-me para a primeira. É que há por aí gente que não evita avaliar o que lhe aparece à frente. Às vezes avalia, até com simpatia, o candidato do Livre às “europeias”, uma personagem tão burlesca que é impossível não ter sido concebida de propósito. E quem leva a sério o comediante do Livre, que a bem ver nem existe, não deve deixar de levar a sério o comediante de Belém. E, muito provavelmente, de achar pertinentes as suas “considerações”.

Entretanto, no mundo dos adultos onde o “comentariado” não entra e que a famosa “bolha mediática” não reflecte, as “considerações” do prof. Marcelo envergonham. Envergonhar não é sinónimo de surpreender. Estamos a falar da criatura que começou a presidência com uma viagem a Cuba para homenagear o
Carniceiro de Havana e que, há menos de uma semana, lamentou em nome do povo português a morte do Carniceiro de Teerão. Pelo meio, vão oito anos e tal dedicados a arrastar a figura do chefe de Estado, e com frequência o próprio Estado, por um lamaçal sem fim. Embora as afirmações em Florença não desmereçam esse valoroso percurso, não há maneira de as pessoas decentes se habituarem ao lamaçal. A vergonha é imensa, e só a falta dela explica o silêncio que se seguiu.

Vale a pena explicar as razões, da vergonha que não do silêncio? A título de higiene, esclareço que nada disto pressupõe a veneração de Trump, de resto um espécime pouco venerável. O critério são os factos. E um facto assaz evidente é o de que o representante oficial de uma nação soberana não pode aliviar-se de opiniões alusivas às escolhas democráticas de uma nação soberana diferente. A coisa piora quando as opiniões em causa não possuem qualquer vínculo à realidade e obedecem a vozes que ecoam na cabecita do prof. Marcelo ou nas redacções do Público e do Expresso.

Com que então o sr. Putin prefere Trump a Biden para realizar os seus sonhos imperiais? Claro que sim, e por isso é que esperou que Trump saísse da Casa Branca para invadir a Ucrânia, como em 2014 não esperara que Trump entrasse na Casa Branca para anexar a Crimeia. Com os democratas no poder, de Obama a Biden, o sr. Putin não brinca. Nem o sr. Putin nem, acrescente-se dois meros exemplos, os amáveis taliban e os senhores que tutelam o Ministério da Saúde de Gaza, vulgo o popular Hamas. Trump, é sabido, iniciou a IIIª Guerra Mundial e, se reeleito, prepara-se para iniciá-la de novo. Com Biden, incapaz de se calçar sozinho, a paz reina, na Europa e no planeta inteiro. Planeta que, aliás, é plano. E de cujos céus os aviões despejam químicos para aniquilar a humanidade. E os homens, que nunca foram à Lua, conseguem menstruar se o desejarem com força. E a força de todos libertará a “Palestina” do genocídio e do apartheid.

O prof. Marcelo, que fizera uma carreira estimável nas variedades televisivas, jamais se distinguiu pela sofisticação intelectual excepto na perspectiva dos pasmados que lhe admiravam os truques: produzir baixa intriga e fingir ler baixa literatura. Porém, a situação em que se exibe desde 2016, e receio que com tendência de agravamento nos últimos tempos, é de outro nível. Artistas medíocres temos com fartura, em concertos pagos por autarquias e em lugares de aparente responsabilidade. Infelizmente, a simples mediania já não contém o prof. Marcelo, que a cada oportunidade pulveriza recordes de inconveniência e devaneio. Por mais do que um motivo, compreende-se que o prof. Marcelo veja em Biden uma inspiração, mas era escusado inspirar-se tanto. O homem, em suma, não está bem. E um país em que as classes política e jornalística, para usar um horrendo termo em voga, “normalizam” as respectivas acções não está muito melhor.

Restam dois anos, e não se vislumbra quem, divino ou terreno, possa ajudar o prof. Marcelo a terminar o mandato, antes que sem ajuda ele termine com tudo em redor. A dignidade não é para aqui chamada.

domingo, 3 de novembro de 2024

Afinal o que está a acontecer com a violência na periferia urbana de Lisboa?

Afinal o que está a acontecer com a violência na periferia urbana de Lisboa?  
Este sábado foi assim: 


Na noite de quinta para sexta os incidentes tiveram lugar nos Moinhos da Funcheira, Amadora: 10 encapuzados atiraram pedras e petardos contra carros e a porta dum prédio. Na quarta, um sem-abrigo foi esfaqueado junto ao Colombo… 
Mas já não há problema algum
É lá um assunto entre eles e que só afecta as pessoas que vivem nesses sítios. Desde que não haja consequências políticas tudo está bem.